Oficina: Canção popular como abertura para a filosofia: pensando com a Legião Urbana e os Engenheiros do Hawaii



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Quinta-feira – 05 de julho09:00hs Oficina: Canção popular como abertura para a filosofia: pensando com a Legião Urbana e os Engenheiros do Hawaii - Marcos Carvalho Lopes (UNIRIO)

Local: Instituto de Filosofia e Ciências Sociais,
 UFRJ, Largo de São Francisco de Paula, 01, Centro 
Rio de Janeiro-RJ 

Canção popular como abertura para a filosofia:
pensando com a Legião Urbana e os Engenheiros do Hawaii

Marcos Carvalho Lopes*

É inegável a importância que a música popular possui hoje na formação de identidade dos alunos do Ensino Médio. Os adolescentes tomam letras de canções (ou outros produtos da cultura pop como quadrinhos, séries de televisão, filmes etc.) como fundamento para a construção de sua visão de mundo. Tais produtos ocupam hoje um lugar privilegiado na cultura contemporânea e, por isso mesmo, sua análise pode ser um convite para o desenvolvimento de uma perspectiva de reflexão mais ampla como a proposta pela filosofia. Nesta oficina procuro justificar a utilização da música popular como instrumento para o Ensino de Filosofia; mais especificamente, do rock nacional  tratando das bandas Legião Urbana e Engenheiros do Hawaii. Duas grandes narrativas podem se vincular a esta abordagem: uma que toma o rock como parte da “criação da adolescência” com a trivialização de questionamentos existencialistas e de uma postura romântica de autocriação (que se traduz na necessidade de comprar certos produtos) e outra que toma o rock nacional dos anos 80 como um momento decisivo de desenvolvimento da Utopia Lírica presente rock (principalmente na década de 1960) e na MPB (até a Era Collor).  Estas duas narrativas geram um interessante pano de fundo para o trabalho e debate do rico interdiscurso presente nas letras das canções da Legião Urbana e dos Engenheiros do Hawaii. Estes dois grupos traduziram seu tempo em canção. A Legião Urbana fez isso a partir de uma postura épica e romântica, inspirada inicialmente pelo no future da estética punk e pela crítica de Rousseau aos efeitos da técnica sobre o desenvolvimento moral; mais tarde procurou um resgate do sagrado numa espécie de politeísmo romântico, um discurso que foi soterrado pela
melancolia e decepção da Era Collor refletindo a crescente distinção entre publico e privado. Já os Engenheiros do Hawaii surgiram dentro de uma faculdade de arquitetura, marcados por uma perspectiva pós-moderna e pop, que, traduzida para o universo da música popular, questionava a dimensão épica da canção. Este questionamento e denúncia das engrenagens da indústria cultural por meio de produtos dessa mesma indústria gerou um discurso que se autoconsumia (até o paradoxo e colapso) inspirado no absurdo de Camus, e que, mais tarde, (em algumas letras) tornou-se denúncia dos mecanismos da sociedade de controle. Esta oficina apresenta (e desdobra em suas consequências didáticas) parte do trabalho que desenvolvi no livro Canção, estética e política: ensaios legionários (2012). Além do relato de experiência e das propostas de abordagem, a oficina apresentará exemplos de trabalhos didáticos desenvolvidos a partir de canções.


* Professor na UNIRIO, doutorando em Filosofia no PPGF/UFRJ, bolsista da CAPES. 


Programação completa: 
Segunda-feira – 02 de julho
18:00hs Abertura: Rafael Haddock-Lobo (UFRJ) e Carolina Araújo (UFRJ)
Conferências:
Lucio Souza Lobo (UFPR): Oficinas de tradução: objetivos e experiência
Fernando Santoro (UFRJ): Com quantas palavras se faz uma filosofia?
Terça-feira – 03 de julho
09:00hs. Oficina: Metodologia do Ensino de Filosofia: A mediação do processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos e competências específicos da Filosofia numa
perspectiva investigativo- reflexiva - Marinês Barbosa de Oliveira Dias (UFF)
11:00hs Conferências:
Angela Santi (UFRJ): Como ensinar filosofia na época da reprodutibilidade tecnológica? Anotações sobre a difícil relação entre educação e imagem
Wanderley da Silva (UFRRJ): A formação de professores de filosofia em ambientes virtuais e o ensino médio
13:00hs Intervalo
14:30hs Mesa-redonda: Laboratório de Ensino de Filosofia Gerd Bornheim
Adriany Mendonça (UFRJ); Filipe Ceppas (UFRJ); Iris Rodrigues de Oliveira (UFRJ).
16:30hs Comunicações:
Alexandre de Lourdes Laudino (SEEDUCRJ): Geopolítica do Conhecimento: Filosofia, Epistemicídio e Educação
Bruno de Figueiredo Alonso (UFF): Filosofia e suas áreas respectivas
17:30hs Intervalo
18:00hs Conferências:
Walter Omar Kohan (UERJ): Filosofia, o Paradoxo de Aprender
Markus Figueira da Silva (UFRN): Laboratório de Prática de Ensino: disciplina curricular da licenciatura em filosofia.
Quarta-feira – 04 de julho
09:00hs Oficina: Filosofia e Cinema: imagem, percepção e reflexão -Júlia Casamasso Mattoso (CA-UCP)
11:00hs Conferências:
Edgar Lyra (PUC-Rio): Filosofia para quem? O professor e seus públicos
Alexandre Jordão Baptista (UFMA): Filosofia, Sofística e Ensino na Grécia Antiga: contribuições para uma didática do diálogo argumentativo para a docência de filosofia no
Ensino Médio
13:00hs. Intervalo
14:30hs: Mesa-redonda: Como o cozinheiro aprender o ladrão filosofia sua mulher? e o amante
Giovania Costa (CEAM); Ingrid Müller Xavier (CPII); Marcelo Guimarães (CPII)
16:30hs: Comunicações
Brunno Amâncio Marcos (UFF): Repensando Gramsci: escola unitária e uma experiência do PIBID de filosofia da UFF no Colégio Estadual Joaquim Távora
Fernanda dos Santos Sodré (UFRJ): Educação e Filosofia como ato de resistência.
Felipe Araujo Fernandes (UFRJ): A vontade de viver a vida como uma obra de arte: Nietzsche e a cultura popular.
18:00hs Conferências:
Ricardo Fabbrini (USP): O ensino de filosofia: a leitura e o acontecimento
Ulysses Pinheiro (UFRJ): As aporias da didática em Deleuze e Spinoza
Quinta-feira – 05 de julho
09:00hs Oficina: Canção popular como abertura para a filosofia: pensando com a Legião Urbana e os Engenheiros do Hawaii - Marcos Carvalho Lopes (UNIRIO)
11:00hs Conferências:
Leonardo Maia (UFRJ): Universidade e filosofia: sentido da sua ligação contemporânea
Susana de Castro (UFRJ): A Filosofia e o Horror, na Literatura e no Cinema.
13:00hs Intervalo
14:30hs Mesa-redonda: Filosofia, ensino e poder
Alexandre Mendonça (UFRJ); Aline Veríssimo Monteiro (UFRJ); Adriany Mendonça (UFRJ)
16:30hs Comunicações:
Geraldo Adriano Emery Pereira (CAp-COLUNI / UFV): Filosofia, literatura e língua portuguesa, uma proposta de avaliação interdisciplinar
Luiz Maurício Bentim da Rocha Menezes (CPII/UFRJ): A Arte de Ensinar
Gustavo Bertoche Guimarães (UERJ): Projetos Interdisciplinares: Filosofia e Física
18:00hs Conferências:
Patrícia Velasco (UFABC): Licenciaturas em Filosofia: diagnóstico e prognósticos
Charles Feitosa (UNIRIO): Filosofia Pop: Experiências em Divulgação da Filosofia
Sexta-feira – 06 de julho
09:00hs. Oficina: Lecionando Filosofia para adolescentes - Renato Cosme Velloso da Silva (UERJ)
11:00hs Conferências:
Pedro Ergnaldo Gontijo (UNB): O Ensino de Filosofia e a implementação das Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos
Flavio Costa Balod (CPII): O ensino de Filosofia no nível básico e no nível superior: comparando experiências.
13:00hs. Intervalo
14:30hs:Mesa-redonda: Filosofia, ensino e pesquisa
Giovanni Semeraro (UFF); Martha D’Angelo (UFF); Pedro Hussak (UFRRJ)
16:30hs. Comunicações:
Rodrigo Passos Almeida da Silva (UFRJ): Ensino da Morte dentro da escola
Louise Silva Oliveira (UFF): Vivência PIBID: A experiência de como ensinar Filosofia
17:30hs. Intervalo
18:00hs Conferências:
Reuber Scofano Gerbasi (UFRJ): Richard Rorty, Paulo Freire, Rubens Alves e o Ensino de Filosofia
Marcos Sidnei Pagotto-Euzebio (USP): Filosofia e Formação